sábado, 3 de janeiro de 2009





- Quem és tu?
- Um assassino.
- De onde vens?
- De uma estrada.
- Para onde vais?
- Para o fim do mundo.
- Porquê?
- Porque terei de abandonar este lugar em breve.
- Porquê?
- Terei de seguir a minha viagem depois de te matar e ver-me livre do teu corpo.
- Porque me queres matar?
- Sou um assassino.
- Porque me escolheste?
- És inteligente e tens um corpo que me agrada.
- E o que te agrada, destrois?
- Obviamente.
- Porquê?
- Quero acabar com a tua beleza.
- Porquê?
- Irrita-me.
- Porquê?
- És mais belo do que eu.
- Como me vais matar?
- Ainda não decidi.
- Posso escolher?
- Não.
- Porque não?
- Porque eu sou o juiz.
- Quem te nomeou juiz?
- Deus.
- Acreditas em Deus?
- Já não.
- Porquê?
- Matei-o.
- Era mais belo do que tu?
- Não, era mais estúpido.
- És estúpido?
- Não.
- O que és, então?
- Um assassino.
- Não estás a ficar cansado de conversa?
- Não, és inteligente.
- Porquê?
- Aproveitas para carregar com balas a arma que escondes por detrás das costas.
- Como sabes que tenho uma arma por detrás das costas?
- Acabas de me dizer.
- E pensas que te vou matar?
- Penso.
- Já pensaste que podes estar a pensar mal?
- Eu penso sempre que penso bem.
- Ainda me queres matar?
- Quero.
- Se eu der um tiro no rosto, ficarei menos belo?
- Sem dúvida.
- E já não me matas?
- Não.